segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SOBRE O AMOR E OUTROS SENTIMENTOS INEFÁVEIS


Sobre o amor e outras mazelas,
Confesso caro leitor,
Que em nada, ou quase nada,
Poderei ajudá-lo.

Quanto às mazelas,
Até ensaio a dizer-te algo,
Mas quanto ao amor,
Quanto a esse, não sei,
Ou não possa,
Ou não deva,
Ousar pronunciar,
Coisa qualquer.

Para mim,
Amor é tal qual a fé,
É coisa logicamente inaceitável.
É produto do desejo humano,
De tralhar seus recalques.

Assim, assumo minha inveja,
Perante aos que amam,
E possuem fé.

Eu, pelo meu turno,
Sou tomado pela razão,
Pela materialidade das coisas,
Amor e fé, por sua própria determinação,
Se definem como substantivos abstratos.

Já o material e concreto,
Chegam a mim de forma implacável,
Dor de cabeça,
Febre,
Diarréia,
Náuseas,
Enjôos,
Vômitos,
Refluxos.....

Isso já foi concreto,
Já se fez real,
Enquanto experiência,
E vivência

Mas o amor,
A fé,
Seus benefícios,
Seus sabores,
Ou desabores....
Nunca os soube de veras,

Que cor?
Que cheiro?
Que textura?
Teriam o amor e fé?

Márcio Castro em 03/12/12 (18 dias antes do fim do Mundo)

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