quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

POEMA DE REVEILLON



Que 2016,
Seja tão somente,
Mais um ano, num calendário;
Que não configure o nascimento,
Ou morte de ninguém.

Que não haja culpa,
Pecado,
Pena.

Que não haja nada,
Que nos redima de ninguém,
Que não seja a nós mesmos......

Porque não estamos aqui,
Por uma data histórica,
Estamos aqui muito além.

Estamos aqui para melhorar,
Tanto quanto estamos para piorar,
TUDO.

Tudo que já é,
Tudo que existe,
Tudo que foi,
E tudo que há por vir.

Então....
Quem é você?
Você já se viu no espelho hoje?
Quem é você?
Que não fez nada,
Ou que fez tudo,
Ou que espera que as coisas sejam feitas?

E se você não fez,
O que está esperando?
Uma falha de placas tectônicas?
Um índio descer de uma estrela colorida brilhante?
Um tsunami?
Um aumento de queimada na Amazônia?

O que você exatamente está esperando?
Uma resolução através de um APP?
Uma resposta da nanotecnologia,
Para curar as mazelas do mundo,
O HPV?
A HERPES?
A ZICA?
A DENGUE?
A AIDS?

O que você espera?


Márcio Castro, em 31/12/2015

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PRA QUÊ FAZER POESIA?


Poema dedicado à minha amada prima, poetiza e escritora, Tânia Maria Castro


Muitas vezes, o Deus Cronos,
Deixa-nos em xeque mate,
E nos questiona?
Poesias?
Pra que fazer poesias?

Então eu penso,
Pra quê mesmo fazer poesias?
Pra quê serve a poesia?

Poesia não serve pra nada,
Poesia não enche bolso,
Nem bucho,
Nem boca,
Nem.....
Nada....

A poesia é tudo aquilo,
Que incomoda, que nunca é,
Que sempre falta e nunca preenche,
Porque está submissa ao desejo,
Que por sua vez,
Nunca sessa,
Nunca para,
Nunca estanca,
Nunca acaba,
Nunca morre,
E sempre É.....

A poesia,
É aquele buraco,
No reboco da parede,
Que argamassa nenhuma,
É capaz de preencher.

Márcio Castro em 15/12/2015

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O HABITAT DA POESIA


E no meio de tudo isso,
Eu sigo vivendo,
E escrevendo,
Prosa e poesia,
Que se esvaem,
Por entre ralos,
E bocas de lobo.

Mas não me importo,
A superfície é vaga,
É rala,
É pobre.

Eu acredito,
É no subterrâneo,
No interior,
Na alma,
Porque sei,
Que se existe essência,
Se existe alma,
É no interior,
Nos becos,
Nas valas,
Na lama,
Na sarjeta,
Na escória,
E em tudo que rechaçamos,
É lá........

Onde mora,
A poesia.

Márcio Castro em 10/06/2015

segunda-feira, 25 de maio de 2015

COTIDIANO OU UM POEMA LÉSBICO


Eu passeio,
Todos os dias,
Por sobre tua tenra carne,
Tuas curvas,
Tuas linhas,
Teus mamilos,
E o teu sexo......

E com minha língua,
Bebo em tuas tetas,
Sorvo teu sabor,
Teu gosto,
Teu suor,
Teu gosto único...

E não me canso,
Desse cotidiano.

Márcio Castro em 26/05/15

terça-feira, 12 de maio de 2015

NUNCA É...



As coisas,
Nunca terminam,
Porque estamos vivos,
E viver,
É um infinito de coisas,
Até que um instante,
Tudo,
Não é mais.

Márcio Castro, em 13/05/2015

sexta-feira, 8 de maio de 2015

PORQUE SOU FOGO


Poema dedicado ao meu querido e amado,
Linconly Jesus

Eu existo,
Porque tudo que há mim queima,
Porque sou feito de fogo,
Porque o sangue,
Que corre em mim,
É quente,
É febril,
É vibrante,
É vida.

Eu existo,
Porque sou vulcão,
Por vezes adormecido,
Quieto e lento,
Por vezes instável,
Pólvora,
Faísca,
Fumaça,
E já explodiu.

E quando explodo,
Saio a derramar larva,
Em disparada,
Sem seta,
Sem alvo,
Sem rumo….

Impiedoso,
Mas necessário,
Verdadeiro,
Sincero,
Porque a larva,
Que sai de mim,
Vem do meu interior,
De dentro de mim,
De dentro do lugar,
Que ninguém chega,
Porque queima muito,
Queima forte,
É de verdade,
É para valer.

Eu existo,
Porque sou sexo,
Porque meu sexo,
Em riste e rijo,
Como um vulcão,
Emanada e espalha sementes,
De vida.

Eu existo,
Porque acima de tudo,
Eu tenho que existir,
Existir, é maior que EU,
Está para além do meu desejo,
E minha vontade.

A minha existência,
É uma........
MISSÃO….

E aqui estou.......

Márcio Castro, em 04/05/2015

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O SEU TEMPO E O MEU – NÃO OS DESPERDICE



Você tem um minuto,
Para dizer tudo que pensa,
Não desperdice esse tempo......
Ele é todo seu,
Aproveite,

Até porque,
O tempo não volta,
Pelo menos,
Dentro da limitada razão humana,
Do conceito e da mensura,
Do que seja tempo.

Aproveite,
Até mesmo,
Porque você só tem esse minuto,
Dentro desse tempo que o limita.

Visto que eu,
Na minha visão de tempo e espaço,
Poderei ter uma eternidade,
Dentro no meu TEMPO,
Para escutar e digerir,
Os absurdos,
Que talvez,
Você me venha,
PROFERIR

Márcio Castro, em 20/04/2015

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A LUZ DE CADA UM ALUMEIA O OUTRO



Matar,
Não significa necessariamente,
Tirar a vida de ninguém,
Isso é assassinato,
Matar,
Está para além disso.

Pessoas nascem,
E morrem,
Dentro de cada ser.

E quando elas nascem,
Dentro de nós,
É como uma vela que se acende,
E que sua chama é alimentada,
Por cada vivencia,
Que compõe a história,
Que envolve ambas partes.

Assim,
Enquanto houver amor,
Tolerância,
Respeito,
Companheirismo,
Cumplicidade,
Paciência,
Humildade,
Franqueza,
Realismo,
E realidade….
A chama continuará,
Sempre acesa.

Quando não,
E ao contrário,
A chama dessa vela se apaga,
Tudo é findado,
E vem a escuridão,
O breu,
E junto com tudo isso,
A solidão,
O dessabor,
A decepção,
E o vazio.

A responsabilidade,
De acender essa chama,
Em quem quer que seja,
É do outro,
Assim como também,
É sua plena responsabilidade,
Mantê-la acesa.

E quando não a mantemos acesa,
É como matar-se a si próprio,
Apagando no outro,
A sua própria luz,
Que até então,
Iluminara o outro,
Aquele a quem,
Até então,
Merecia a sua luz,
E seu cuidado.

Dessa forma,
Ninguém mata ninguém,
Cada um suicida o seu EU,
Que habitava no outro.

NAMASTÊ....

Márcio Castro
Em 18/04/2015

terça-feira, 24 de março de 2015

AI DE MIM, SEM O OUTRO


Porque entre mim e você,
Ou entre eu e você,
Existe um vazio imenso,
Que justifica a existência?

Porque você é o outro,
E só por isso,
É possível existir,
A partir disso,
Do outro.

Ainda que muitas vezes,
Eu me encerre num ostracismo,
Numa clausura,
Numa solidão,
Num silêncio......

Tudo isso,
Só é possível,
Porque existe o outro,
Porque existe você.

O que seria de mim?
O que seria de você?
O que seria de todos?
Se não existisse o outro?.....

O outro existe,
Assim como eu existo,
Para podermos nos balizar,
Ter parâmetros,
Nos transferir,
Para sentir amor,
E ódio......

O outro existe,
Para confirmar,
A nossa incapacidade,
De nos auto intitular,
Senhores de tudo....

Ai de mim.....
Sem o outro.

Márcio Castro em 25/03/2015

quarta-feira, 18 de março de 2015

UM DUO



Porque sou um,
E ao mesmo tempo muitos,
Ou pelo menos dois,
No mínimo.

Porque um de mim é exato;
Racional,
Concreto,
Pragmático,
Lógico,
Certeiro,
Impiedoso,
E não tem pena,
De qualquer res ou bicho de pena,
Que carrega consigo uma flecha,
Forjada do mais nobre ferro.....

E o outro de mim,
Nem sabe de si,
Se perde na imensidão das coisas,
Na dúvida de tudo,
No mistério do universo,
No medo e na incerteza,
De que o sol realmente apareça,
Todos os dias.......

Márcio Castro em 18/03/2015