segunda-feira, 10 de novembro de 2008

SE VAI PENSAR

Se vai pensar
Se vai dizer
Se vai enformar

Minha escrita é assim mesmo
Vagabunda
Ordinária por essência

É assim como um café pingado
Num bar qualquer
Onde a vida flui
Onde as pessoas são
Onde tudo é igual
E ao mesmo instante singular

É a água do esgoto
Que corre para as bocas de lobo
E se esvai assim
Pra lugar nenhum

E chega no mar
Pra remoer
E refazer-se
E voltar pra onde se refaz
Daquele que rechaçou outrora

O esgoto reclama a glote
É sobra indigente
É quase gente
É In de Gente
Este dentro de nós

É o que escapa
E ao mesmo instante
Imprescindível
Necessário

O que se ejeta
É o amor que se mata
O homem é mestre
Em matar o essencial
E super valorizar o supérfluo.