quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O POETA DAS CURVILÍNEAS


Dedicado a Oscar Niemeyer

O menino que travaça linhas no ar,
Num gesto inocente e pueril,
E que ao ser indagado por isso,
Quando sua mãe se mostrava curiosa,
Respondeu: “Estou desenhado.....”

E nesse gesto inocente e infantil,
Não sabia o menino Oscar,
Que já estava desenhando,
As linhas do seu destino.....

A física defende,
Que toda reta se curva,
Assim, mesmo que se busque a perfeição,
Ela está naquilo que se inclina,
Que não é reto,
Nem absoluto.

São nas curvas que se revelam,
As belezas da imperfeições,
E nelas, o poeta inclinou sua genialidade,
Na sapiencia, de que tudo se curva.

Na observação óbvia de seu habitat,
No erotismo do vai e vem das ondas,
Nas curvas do corpo humano,
Resolveu criar sua arte.

Dessa forma, firmou-se no mundo,
Tornou-se sujeito,
E sujeitou muitos à sua arte,
Às suas curvas,
Às sua visões,
À sua forma de ver o mundo.

Ao poeta do concreto,
De curvas e impossíbilidades,
Possíveis,
Ao homem,
Ao comunista,
Ao humanista,
Ao gênio.......
Nossa reverência.

Em um poema de Drummond,
Onde esse poeta escreve,
Sobre si mesmo:
“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.”
(Poema de sete faces – Carlos Drummond).

Pesso lincença para plagiar e dizer:
Vai Oscar!
Redesenhar o infinito!!!!

Márcio Castro em 07/12/12

Um comentário:

Lucas Carneiro disse...

Dou graças a Deus porque a influência de CD de Andrade em nossa poesia ficou mais por sua prática que por sua prédica...
Meus parabéns, Márcio Castro, pela grandeza de sua sensibilidade!