domingo, 12 de março de 2017
POEMA DO HOMEM QUE NÃO VER
Eu queria,
Mas eu queria tanto,
Poder calar tua boca,
Abrir teus olhos,
Expandir teus ouvidos,
Eu queria tanto,
Como eu queria.
Não por mim,
Nem por ti,
Mas pela vida,
Que é longa,
E breve,
Ao mesmo tempo.
Que se faz com o tempo,
E o tempo é agua,
Que escorre pelas mãos,
É rio que corre,
E nunca é o mesmo,
Porque a água não para.
Eu queria ter,
Um milhão de coisas,
Para te contar na surdina,
Num canto nosso,
Onde ninguém mais,
Pudesse chegar e ouvir.
Mas não somos,
Somente nós agora,
Somos muitos,
Somos parte,
De um todo.
De tudo,
Que muitas vezes,
Não é tudo,
Nem é todo,
Nem me abarca,
Nem me abrange,
Nem me inclui.
E nesse todo,
Existe uma poeira,
Uma réstia de memória,
Onde reflete minha imagem.
Eu já nem sou tudo,
Nem sou todo,
Mas existo.
Existo naquele canto,
Bem no fundo das coisas,
Naquela caixa de objetos,
Que não se consegue jogar fora,
Na memória das coisas,
Que não se consegue,
Deixar para trás,
Porque não é passado,
Nem presente,
Nem futuro,
Simplesmente são,
E não dependem de nós.
Nem depende.
Existem coisas,
Que evoluem,
Outras coisas,
Que almejam,
Outras que só pensam,
Que evoluíram.
Humildade,
Soberba,
Orgulho,
Empáfia,
Engano,
É tudo,
Um ponto de vista.
Márcio Castro, em 12/03/17
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