sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
O MAR e O CIO
Mar,
Imenso mar,
Vasto mar,
Que traga tudo,
E devolve a vida,
Eu gosto do mar,
Mas tenho medo,
Respeito,
Admiração,
Reverencia.
Tenho esse sentimento,
Porque o MAR,
É o todo,
É rescaldo da vida,
O MAR.....
É a própria vida,
Resumida num mistério,
É ERUS e TÂNATOS,
ERUS, no ir e vir de suas ondas,
TÂNATOS, na sua impiedosa fúria,
No seu poder de tragar tudo,
E devolver tudo também.
É no MAR,
Onde mora e habita,
Todo o mistério da vida,
É o sal do mar que dá gosto a tudo.
É o MAR,
Que me habita,
E me complementa,
Porque sou feito de dois,
Do MAR,
E do CIO da terra,
E talvez por isso,
A mim, todos me chamem,
De MÁRCIO.
Márcio Castro em 27/12/2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
FORTALEZA
OU UM POEMA PARA A CIDADE
Uma FORTALEZA,
Era a minha cidade,
Calçadas nuas,
Ruas sem asfalto,
De fronte a casa antiga,
Um sitio repleto de árvores,
Era a minha cidade.
Coqueirais nos quintais;
Cacimbas de águas cristalinas;
Era a minha cidade.
E os quintais,
Que mais pareciam,
O universo inteiro,
Era a minha cidade.
O figueiro e açougueiro,
Galopando por sobre o lombo de um burro,
Batendo as tampas de madeira,
Anunciando suas carnes,
Era a minha cidade,
O caminhão do gás,
E seus sinos a badalarem,
Essa era a minha cidade.
Ruas e avenidas sem asfalto,
A areia abundante,
E os bichos de pé.
Eram a minha cidade.
E quando chovia era uma festa,
A areia e o barro serviam de joguete,
Para uma guerra de barro,
Uma farra pueril,
Indescritivelmente gostosa,
Essa era a minha cidade,
Reisados, quadrilhas,
Novenas e pastoris,
Era assim a cidade.
Poças e olhos d´água nas ruas,
Era a cidade.
A casa de meus avós,
A casa de minha tia,
Com bichos vários,
Bezerro desmamado,
Patas, galinhas e outras aves,
Que punham seus ovos,
Por entre troncos de bananeiras.
Meninos e meninas nus,
Quase negros, quase brancos,
Índios,
Todos iguais,
Assim era minha cidade.
A caderneta da bodega,
O pão passado na manteiga,
O din din de coco queimado,
Era a cidade.
As brincadeiras saudáveis,
Cai no poço, pião, bila,
Queimada, triângulo,
Macaca, esconde-esconde.
As ruas, as coisas os espaços,
Era tudo infinito,
Assim como o céu,
O sistema solar,
O universo.
Tudo era infinito
Tudo era para sempre,
Tudo era uma FORTALEZA
Márcio Castro em 21/14/2014
domingo, 16 de novembro de 2014
POESIA NOVA
POESIA NOVA
Eu não quero nada,
Que pretenda coisa alguma,
Eu aquilo que ainda não é,
Aquilo que não está para ACADEMIA.
Aquilo que é,
Para além do contemplativo,
Aquilo que ainda não se escreveu,
Ou que talvez,
Nem se escreva,
Porque ainda não existe lugar.....
Nem dimensão,
Nem espaço,
Eu uma POESIA NOVA....
Márcio Castro em 16/11/2014
Eu não quero nada,
Que pretenda coisa alguma,
Eu aquilo que ainda não é,
Aquilo que não está para ACADEMIA.
Aquilo que é,
Para além do contemplativo,
Aquilo que ainda não se escreveu,
Ou que talvez,
Nem se escreva,
Porque ainda não existe lugar.....
Nem dimensão,
Nem espaço,
Eu uma POESIA NOVA....
Márcio Castro em 16/11/2014
domingo, 21 de setembro de 2014
TESE INÚTIL
Eu queria escrever um poema,
Certo,
Concreto,
Fechado,
Hermético,
E sem saída,
Mas poema é vida,
E a vida,
Não corrobora com isso,
A vida é incerta,
Incerta assim,
Com esse brilhante sol,
Que anuncia mais um dia,
Mas que não...........
Garante nada,
Que um gigante meteoro,
Entre em nossa rota,
E acabe com tudo......
Pena que os dinossauros,
Não tenham sobrevivido,
Para confirmar minha tese.
Aparentemente absurda......
E inútil........
Márcio Castro em 21/09/2014
domingo, 24 de agosto de 2014
POEMA DO INCERTO
Enquanto eu fitar o horizonte,
E nada ver,
O futuro,
Será incerto....
Márcio Castro em 24/08/14
sábado, 16 de agosto de 2014
PULSÃO LATENTE
Para meu amigo poeta Lucas Carneiro
Tudo pouco é nada,
Tudo muito é quanto,
E o que basta é quase.
Nunca é cheio,
Nunca é vazio.
Há sempre uma sobra,
Há sempre uma falta.
Há sempre......
O desejo.....
Que não cessa.....
E por isso,
A veia pulsa,
Como pêndulo,
De um relógio......
E nada é finito,
E nada é acabado.
E tudo está....
Por vir......
Márcio Castro, em 17/08/14.
sábado, 26 de julho de 2014
E AGORA?
E agora?
Essa não é uma pergunta retórica,
Nem se destina a ser,
É uma pergunta pontual,
Freudiana e Lacaniana,
Na essência.....
E agora?
E o que foi antes?
Até agora a pouco...
E o que é?
E o que será?
Perguntas,
Questões,
Lacunas,
Vazios.....
Tudo a preencher,
Tudo é lacuna,
Tudo a ESTAR POR.....
E é pelo quê?
E é por quê?
E é até quando?
Tudo a preencher,
Tudo é lacuna,
.................
Tudo preste,
A explodir.........
Márcio Castro em 26/07/2014
quinta-feira, 17 de julho de 2014
POEMA METAFÍSICO
Para meu amado e querido amigo Linconly Jesus.
Que além desses predicados é meu Baba e guia das coisas do mistério.
Fico feliz por ter escrito esse poema inspirado na pessoa dele.
Estou hoje certo,
De que tudo que me cerca,
E é material e físico,
Existe.
Porque passamos toda a vida,
A tentar provar o óbvio,
A massa,
O peso,
A dimensão,
E a densidade das coisas,
Tudo isso,
É mensurável.
A buscar de equacionar,
A velocidade da luz,
A gravidade,
A relatividade,
E os resultados matemáticos.
Tudo isso existe,
Eu sei,
Assim como existiram,
E existem,
E existirão sempre,
Aqueles que concordarão,
E discordarão,
E descobrirão outros meios,
De racionalizar,
Formatar,
E provar,
O óbvio.
Mas diante de toda essa matéria,
Esse mundo,
Essa física,
Essas teorias,
E filosofias.....
Hoje estou certo,
De que existe o, além disso,
Algo que não é,
Nem se compara com a terra,
Com as águas,
Com o ar.
Algo que transcende as ruas,
As calçadas,
Os prédios
E matéria.
Hoje estou certo,
De que janelas,
Portas e umbrais,
Não se encerram,
Em meros meios,
De passagem física.
Assim termino esses versos,
Na certeza que existem.....
Outras saídas,
Outros umbrais,
Outras portas,
Outros portais.....
Para além da física material....
São escapes,
Buracos negros,
Nebulosas,
Universos paralelos,
Que estão bem ai,
Diante de seus olhos.
Márcio Castro em 17 de julho de 2014
Que além desses predicados é meu Baba e guia das coisas do mistério.
Fico feliz por ter escrito esse poema inspirado na pessoa dele.
Estou hoje certo,
De que tudo que me cerca,
E é material e físico,
Existe.
Porque passamos toda a vida,
A tentar provar o óbvio,
A massa,
O peso,
A dimensão,
E a densidade das coisas,
Tudo isso,
É mensurável.
A buscar de equacionar,
A velocidade da luz,
A gravidade,
A relatividade,
E os resultados matemáticos.
Tudo isso existe,
Eu sei,
Assim como existiram,
E existem,
E existirão sempre,
Aqueles que concordarão,
E discordarão,
E descobrirão outros meios,
De racionalizar,
Formatar,
E provar,
O óbvio.
Mas diante de toda essa matéria,
Esse mundo,
Essa física,
Essas teorias,
E filosofias.....
Hoje estou certo,
De que existe o, além disso,
Algo que não é,
Nem se compara com a terra,
Com as águas,
Com o ar.
Algo que transcende as ruas,
As calçadas,
Os prédios
E matéria.
Hoje estou certo,
De que janelas,
Portas e umbrais,
Não se encerram,
Em meros meios,
De passagem física.
Assim termino esses versos,
Na certeza que existem.....
Outras saídas,
Outros umbrais,
Outras portas,
Outros portais.....
Para além da física material....
São escapes,
Buracos negros,
Nebulosas,
Universos paralelos,
Que estão bem ai,
Diante de seus olhos.
Márcio Castro em 17 de julho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
O ESPELHO, O REFLEXO E A TRANSFERÊNCIA
O que em mim causa espanto,
Não chega, na verdade,
A ser eu mesmo,
O que em mim causa espanto,
Não chega em nada,
Além da verdade,
Do espelho,
Do reflexo,
E da transferência,
Que se reflete,
E se apresenta,
Em ti
Através do reflexo,
Que te releva,
E te revela,
Na transferência,
Que se te faz,
Em mim,
Por algo,
Que te perpassa,
Que te fere,
Que te marca,
E te engole.
E que não sou eu,
Nem você,
Muito menos a imagem,
A qual tudo isso,
Faz-se projetar.
E o que é assim,
Eu e você,
E por isso,
Somos uno,
Únicos,
E unidos,
Nesse instante.
Márcio Castro em 15/06/14
segunda-feira, 9 de junho de 2014
ISSO ME ASSUSTA
A minha poesia,
Não tem cara,
Não tem forma,
Nem tão pouco, mote.
A minha poesia,
É intimista,
E universal,
Ao mesmo tempo,
Excremento,
A minha poesia,
Brota da lama,
E não é trevo de quatro folhas,
Não tem sorte.
Ela é o seu descarte,
A garrafa pet,
Numa sacola de supermercado,
Mal descartada.
Porque simplesmente,
O que eu te falo,
É inacessível,
A sua compreensão,
É bem maior que você.
E isso, ME ASSUSTA......
Márcio Castro em 05/06/14
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
POR QUE SERÁ?
Por que será,
Que a noite é escura?
Por que será,
Que a lua é branca?
Por que será.....
Que todo dia.....
O dia nasce ?
Márcio Castro em 27/02/14
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
ME
Me lave,
Me leve,
Me embale,
Me embrulhe,
Me conserve,
Me defume,
Me reserve,
Me repouse,
Me aguarde,
Me resguarde,
Me largue.........
TENHA-ME........
Márcio Castro em 27/02/14
SÓ
Eu só,
Vivo,
Só.
Eu só vivo,
Só,
Vivo só,
Vivo.
Com o dia,
Que me resta.
Márcio Castro em 27/02/14
POEMA DIMINUTO
Eu queria escrever,
Eu queria poder,
Escrever,
A sensação,
Pura,
Simples,
E exata....
A sensação,
De uma bolha de sabão,
No exato momento,
Da eclosão......
Márcio Castro em 27/02/14
sábado, 22 de fevereiro de 2014
COSTUREIRA DE CANÇÕES
Para Maria Bethania.
O meu canto,
Senhores,
Numa foi,
Nem nunca será,
Um ato solitário,
Eu canto,
Para se me fazer,
Para se me construir,
Para alimentar,
E construir,
Meu sujeito.
Mas no meu canto,
Senhores,
Ecoam muitas vozes,
Que não somente a minha.
Porque o meu canto,
Ainda que saia por minha garganta,
O meu canto é feito para o outro,
Ainda que todo meu canto,
Busque traduzir-me,
Revelar-me,
Ele busca, traduz e revela,
O outro,
Pois não fosse assim,
Nada valeria a pena.
O meu canto é um moisaco,
Um tecido inacabado,
Uma renda se fazendo,
Contínua e ininterruptamente,
Porque esse tecido sou eu,
Sou eu essas linhas,
E essa trama,
Sou toda essa colcha,
De retalhos,
Feita de palavras,
Lembranças,
E esquecimentos.
Márcio Castro, em 23/02/14
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
SOBRE A INGENUIDADE E SEUS MATIZES
Às vezes,
E muitas vezes,
Apresento-me ou,
Faço-me parecer,
BONZINHO,
Parcimonioso,
Tranquilo,
E equilibrado.....
É porque eu brinco com tudo,
Brinco até de me fingir de tolo,
Quando alguém me reclama,
Ou me solicita humildemente,
Na linha mais superficial do texto,
E me pergunta sobre o bom tempo,
Quando na entrelinha,
No subtexto,
No subliminar,
Esse alguém,
Quer na verdade,
Saber da tempestade.
E eu respondo como tolo,
Como idiota,
Só pelo prazer,
De saber,
Aonde isso tudo vai da?
Alimento sua imaginação,
Sabedoria,
Astúcia,
Ou ilusória persuasão.
E tudo isso,
Só pra gozar,
No final,
Com ingenuidade,
E falsa pretensão,
Dos tolos.
Tudo isso,
Só pra confirmar,
A cegueira daqueles,
Que subestimam,
Os outros.
Porque enquanto bonzinho,
Eu só ótimo,
E quando não,
Faço pirilampo acender vela,
Cobra morder o rabo,
E demônio........
Rezar Pai Nosso.
Eu sou assim.....
Ah......
Que delícia,
Sambar sobre o chão,
Da ignorância.
Márcio Castro em 15/01/2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
NÃO SOU TRILHA
Eu?
Bem.............
Eu não sou nada,
Eu não sei de nada......
Mas,
Se ainda assim,
Persistes em me seguir.....
Que não me atropele,
Nem siga meus passos,
Que caminhe junto a mim,
Ao meu lado.
Márcio Castro em 11/01/2014
sábado, 4 de janeiro de 2014
PRA NÓS DUAS
Eu e tu,
Meninas,
Mulheres,
Inteiras,
Plenas....
Pelo cheiro,
Pelos seios,
Mamilos em riste,
Pelo que é completo,
Pelo pleno,
Pelo poder,
De fazer nascer.....
E no se perder,
E no se achar,
No botão da tua flor,
Nas pétalas de ti,
Em teus lábios,
Pequenos,
Ou grandes.
Intenção,
Intensidade,
Calor,
Suor,
Desejo....
E delírio.
Nós duas,
Nuas,
E o desejo,
Só o desejo,
Assim,
Nós,
Fomos,
Somos,
Seremos.
ETERNIDADE.
Márcio Castro em 03/01/14
Assinar:
Postagens (Atom)