Poema dedicado ao grande simbolisa Augusto dos Anjos
Porque poesia não se resume a croisant
Eu quero as fezes
O objeto excretado
Malhado, inútil.
Aquilo que se rechaça
E ao mesmo instante é útil
Aquilo que foi objeto de amor e desejo
E agora, descarte
Fezes, descarte físico e necessário.
E, no entanto objeto.
Impregnado de toxinas
De odores desprazíveis
Fezes
O que se descarta
É sempre útil na mão do artífice
E isso não exclui as fezes
Tragam-me as fezes
Tragam-me todas
De vários tons e texturas
Darei a elas o destino possível
A possibilidade de se reinventarem
domingo, 16 de maio de 2010
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Um comentário:
Estou expert em fezes nessa fase de minha vida, aprendi que elas dizem muito sobre o que somos, acho válida uma ode às fezes. Parabéns!
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